Mais um, ou melhor, mais dois discos do grandioso Rico Rodriguez aqui em nossa Oficina. Bom, imagino eu, que deste não preciso falar muito. Rico é uma referência imensurável da música jamaicana. A bandeira que Rico Rodriguez carregou é agitada firmemente até hoje por diversos artistas, que levam suas influências abertamente como forma de preito. Por baixo, "El Reco", como era chamado, rodou o mundo para amparar a sessão de metais de dezenas de bandas que variam do reggae ao blues, do ska à música eletrônica. Rico carrega com seu trabalho uma bagagem que poucos aguentariam!
Aprendeu e evolouiu lado a lado com Don Drummond, seu comparsa, na década de 50 e 60. Foi também mais um "aluno" exemplar revelado pela Alpha Boys School, assim como Johnny "Dizzy" Moore, fundador do Skatalites, Lester Sterling e o próprio Don Drummond. A famosa "masmorra didática" da ilha, que ensinava música a jovens "problemáticos". A reputação da escola era tão grande que muitos ludibriavam os fatos para entrar na escola, e ali aprender música. Na época, era uma luz no fim do túnel meio ao caos socio-econômico da Jamaica e arredores. Assim, seguindo forte como um fiel mensageiro da palavra de Jah, chegou ao patamar de grande arquiteto da música jamaicana.
"Eu queria mesmo era tocar saxofone, mas não havia instrumentos suficientes para tal. Eu tinha que jogar com aquilo que o maestro achasse melhor", diz Rico sem remorsos. Partiu em 62 pra Inglaterra, onde construiu sem pressa seu vasto legado. Foi ver que do outro lado do atlântico a grama é realmente mais verde. Sua mais notável passagem na Europa se deu com The Specials, na década de 80, e com coletivo Jazz Jamaica All-Stars, na década de 90. Rico dispensa comentários, qualquer regueiro que se preze ficará entusiasmado com a rica sonoridade veiculada ao trabalho de Rico Rodriguez.
Lançado no ano de 1977, "Man From Wareika", trouxe ao mundo a estréia "oficial" de Rico Rodriguez. Algumas participações e discretos releases precedentes poderiam ser citados, mas nenhum trouxe seu nome em evidência. O título do álbum refere-se a Wareika Hills, uma montanha próxima de Kingston, local de cerimônias e encontros rastafáris. Rico passou um bom ali, tempo junto ao percussionista Count Ossie, que pôde abrir a mente de Rico e encorajá-lo a dar passos maiores. Após uma temporada ali, fortalecido e iluminado pela verdade de Jah, Rico reaparece com o seu plano perfeito: enfim jogar "sozinho" com a música. O disco, quase todo instrumental, mostra Rico renovado e muito bem intencionado. Conta com participações pesadíssimas de Lloyd Parkes, Noel "Skully" Simms, Bobby Ellis, Sly Dunbar e Robbie Shakespeare - brincadeira, estes dois últimos estão em todas! Com uma fineza inconvencional, sofriam de criatividade mórbida. A destreza que envolveram neste projeto não se encontra em qualquer esquina. A repercussão ecoou forte, e acabou saindo por três selos, Island Records, Sonic Sounds e Blue Note (veja+). Pra mim, hoje, as mais cabulosas do disco são: "Man From Wareika", "África" e "This Day", mas posso mudar completamente de ideia amanhã (hehe). Após tomar esta pedrada você concluirá que um bom reggae não carece necessariamente de letras bem fundadas, a vibração passada aqui com poucas palavras reflete isso. Um disco alegre, completo e principalmente instigante!
Aprendeu e evolouiu lado a lado com Don Drummond, seu comparsa, na década de 50 e 60. Foi também mais um "aluno" exemplar revelado pela Alpha Boys School, assim como Johnny "Dizzy" Moore, fundador do Skatalites, Lester Sterling e o próprio Don Drummond. A famosa "masmorra didática" da ilha, que ensinava música a jovens "problemáticos". A reputação da escola era tão grande que muitos ludibriavam os fatos para entrar na escola, e ali aprender música. Na época, era uma luz no fim do túnel meio ao caos socio-econômico da Jamaica e arredores. Assim, seguindo forte como um fiel mensageiro da palavra de Jah, chegou ao patamar de grande arquiteto da música jamaicana.
"Eu queria mesmo era tocar saxofone, mas não havia instrumentos suficientes para tal. Eu tinha que jogar com aquilo que o maestro achasse melhor", diz Rico sem remorsos. Partiu em 62 pra Inglaterra, onde construiu sem pressa seu vasto legado. Foi ver que do outro lado do atlântico a grama é realmente mais verde. Sua mais notável passagem na Europa se deu com The Specials, na década de 80, e com coletivo Jazz Jamaica All-Stars, na década de 90. Rico dispensa comentários, qualquer regueiro que se preze ficará entusiasmado com a rica sonoridade veiculada ao trabalho de Rico Rodriguez.
Lançado no ano de 1977, "Man From Wareika", trouxe ao mundo a estréia "oficial" de Rico Rodriguez. Algumas participações e discretos releases precedentes poderiam ser citados, mas nenhum trouxe seu nome em evidência. O título do álbum refere-se a Wareika Hills, uma montanha próxima de Kingston, local de cerimônias e encontros rastafáris. Rico passou um bom ali, tempo junto ao percussionista Count Ossie, que pôde abrir a mente de Rico e encorajá-lo a dar passos maiores. Após uma temporada ali, fortalecido e iluminado pela verdade de Jah, Rico reaparece com o seu plano perfeito: enfim jogar "sozinho" com a música. O disco, quase todo instrumental, mostra Rico renovado e muito bem intencionado. Conta com participações pesadíssimas de Lloyd Parkes, Noel "Skully" Simms, Bobby Ellis, Sly Dunbar e Robbie Shakespeare - brincadeira, estes dois últimos estão em todas! Com uma fineza inconvencional, sofriam de criatividade mórbida. A destreza que envolveram neste projeto não se encontra em qualquer esquina. A repercussão ecoou forte, e acabou saindo por três selos, Island Records, Sonic Sounds e Blue Note (veja+). Pra mim, hoje, as mais cabulosas do disco são: "Man From Wareika", "África" e "This Day", mas posso mudar completamente de ideia amanhã (hehe). Após tomar esta pedrada você concluirá que um bom reggae não carece necessariamente de letras bem fundadas, a vibração passada aqui com poucas palavras reflete isso. Um disco alegre, completo e principalmente instigante!
Dê o play, macaco!
"[1977] Man From Wareika"
senha: oficinademacacos.blogspot.com
1. Rico Rodriguez - This Day (4:18)
2. Rico Rodriguez - Ramble (4:13)
3. Rico Rodriguez - Lumumba (4:03)
4. Rico Rodriguez - Africa (4:38)
5. Rico Rodriguez - Man From Wareika (3:18)
6. Rico Rodriguez - Rasta (3:38)
7. Rico Rodriguez - Over The Mountain (3:17)
8. Rico Rodriguez - Gunga Din (3:57)
9. Rico Rodriguez - Dial Africa (3:23)
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Este disco, intitulado "Warrika Dub", traz as dub-versions do clássico "Man From Wareika". Tal edição foi lançada pela Island apenas no Japão, em 2004. Mas as faixas contidas aqui já eram conhecidas na Jamaica pré-77. Um raro pre-LP, após abortado seu lançamento oficial, acabou minando "casualmente" pelos guetos jamaicanos - pra deleite dos soundsystems da época. Rico apresenta-se aqui escorado com a Ghetto Rockers, onde excursionam pelo céu aberto causado pelos fortes ventos do fenômeno "El Dub". Com profundidade edificante e rasantes precisos, te levam a um estado elevado de euforia. "Gunga Din Dub", "Over The Montain Dub" e "Dial África Dub" são os destaques por ora. Se deixe levar por esta onda e quando se der conta estará pegando os maiores jacarés da sua vida!
Dê o play, macaco!
"[2004] Warrika Dub"
senha: oficinademacacos.blogspot.com
1. Rico Rodrigues & Ghetto Rockers - This Day Dub (5:42)
2. Rico Rodrigues & Ghetto Rockers - Gunga Din Dub (3:36)
3. Rico Rodrigues & Ghetto Rockers - Africa Dub (5:32)
4. Rico Rodrigues & Ghetto Rockers - Lumumba Dub (4:01)
5. Rico Rodrigues & Ghetto Rockers - Dial Africa Dub (3:43)
6. Rico Rodrigues & Ghetto Rockers - Man From Wareika Dub (4:24)
7. Rico Rodrigues & Ghetto Rockers - Over The Mountain Dub (4:36)
8. Rico Rodrigues & Ghetto Rockers - Rasta Dub (3:48)
9. Rico Rodrigues & Ghetto Rockers - Ramble Dub (4:25)