DUB COLOSSUS: ADDIS THROUGH THE LOOKING GLASS

wazagoo

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ue venha o frio, mas também que venha o conforto que somente um novo disco pode trazer. Hoje, pela janela de nossa Oficina de Macacos receberemos uma rajada de rochedos lançados arrojadamente pelas mãos da banda Dub Colossus. Negada inovadora, com o prazer de mostrar o poder emanado pela música étnica africana em geral. Sempre com um grito rebelde, mas sem esquecer de expressar-se através da beleza e do orgulho, simplesmente, por “fazer música”. Além de apresentar sonoridade marcante, exclusiva e moderna, Dub Colossus ostenta a alusão da música tradicional da Etiópia. Carregada da profusão vocálica dichavando qualquer tipo de métricas convencionais. Elevando seus tímpanos às alturas, e logo, arremessando-o na correnteza da gravidade inventiva desta música de tradição ancestral. Logo chegamos à era em que a música africana tomará de assalto a atenção de críticos e pseudocríticos!

A obra se sustenta na viajem à Etiópia do produtor inglês Nick Page (a.k.a Dubulah). Reuniu peças espinhosas para formar seu jardim, posteriormente, apelidado: Dub Colossus. “Addis Through The Looking Glass”, lançado em 2011, chega espalhando a evolução e maturidade da banda. Elementos de maior riqueza são explorados a fundo. A sonoridade vem fixada sobre a maciez de batidas mais retas – diferente da quebradeira incessante dos álbuns anteriores. Neste, somente continua cavalgando sem freios nem pausas, os vocais maravilhosos de Tsedenia Gebremarkos e Sintayehu 'Mimi' Zenebe - ora aplaudido e reforçado por Teremage Woretaw, ora cercados por sussurros e gritarias vindos de toda a banda. Vibrando forte, um som fabuloso de arrepiar o esqueleto. Nos trabalhos anteriores, o brilho do Reggae estava sempre presente, mas descolado, perdido, aéreo. Competindo aéreo com as demais odisséias rítmicas nutridas daquele "experimentalismo" semeado somente em solos africanos. Agora, o alicerce calçou e embalou novas idéias, novos ares, velha ousadia.

Neste novo disco, o Reggae fundamenta-se como principal ingrediente. Mas a sonoridade destes colossais artistas é ilimitada, mestiça e inebriante. Posso citar rapidamente alguns destaques não tão óbvios: “Wehgene” sugere o termo afro-folk-roots calando qualquer argumento contrário. “Dub Will Tear Us Apart” já emancipa a dopagem orquestrada pelo pesado baixo. Além do remakes amadurecidos de “Satta Massagana” (dos papais do reggae, Abyssinians) e "Uptown Top Ranking" de Althea & Donna, classiquêra jamaicana. O ethiojazz, ao grau de Mulatu Astatke, “Gubeliye” encerra o disco floreando com honoráveis solos de cada integrante da banda. Pensando bem, o disco inteiro mereceria destaques respectivamente. Altamente recomendado aos mais bem aventurados em novas trilhas musicais.


Dê o play, macaco!
"[2011] Addis Through The Looking Glass"

1. Dub Colossus - Addis Through The Looking Glass (4:24)
2. Dub Colossus - Dub Will Tear Us Apart (6:23)
3. Dub Colossus - Wey Fikir (4:20)
4. Dub Colossus - Yeh Shimbraw Tir Tir (4:22)
5. Dub Colossus - Tringo Dub (3:41)
6. Dub Colossus - Satta Massagana (3:45)
7. Dub Colossus - Kuratu (5:15)
8. Dub Colossus - Feqer Aydelem Wey (4:37)
9. Dub Colossus - Guragigna (5:14)
10. Dub Colossus - Yezema Meseret (4:12)
11. Dub Colossus - Yigermel (4:31)
12. Dub Colossus - Wehgene (4:42)
13. Dub Colossus - Uptown Top Ranking (6:01)
14. Dub Colossus - Gubeliye (6:52)

 
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