Hoje a macacada vai beber da fonte da música eletrônica! Pensando bem, com a excelência de recursos que a tecnologia nos oferece hoje, e como isso vem sendo usado na produção musical, seria difícil definir o que é eletrônico e o que não é. Até onde vai essa fronteira do orgânico e do digital? Guitarras são processadas a décadas, vocais são corrigidos sem receio, dobrados e redobrados em programas de edição. Isto é orgânico, eletrônico, totalmente alguma coisa? Acho que mais do que nunca rótulos não grudaram firmemente na música moderna. Quem disse que isso deveria ser diferente? Aproveitemos o que melhor soar aos ouvidos. Muitos acham que música é descartável, quem garante que estes pensam equivocadamente? Então, finalmente adéquo o trabalho da Juju Orchestra como "eletrônico" apenas para conquistar novos simpatizantes à boa música aqui no blog!
Miremos então no que interessa: a boa música (agora, sem rótulos)! The Juju Orchestra é formada pelos gringos germânicos Oliver Belz, Ralf Zitzmann, Sammy Kilic, apaixonados acintosos pela música brasileira e caribenha. Esta mini-orquestra migra elegantemente entre as brisas do Nu-Jazz, Nu-Bossa. O termo "nu" (ou "new") a frente pois toda sua produção prima pelo frescor da qualidade eletrônica, por assim dizer. Uma fusão entre deejay, instrumentistas e cantores de repercussão sobrenatural. Em performances ao vivo a orquestra pode passar quase sempre a ter mais de uma dúzia de músicos no palco. Lançado em 2007, "Bossa Nova Is Not a Crime", a Juju Orchestra acerta em cheio todas as expectativas. Participações acertadas de artistas modernos-autênticos também trazem certo brilhantismo ao disco. São oito belas faixas de completo desbunde sonoro! Ousadas obras-primas de cunho latino, lapidadas pelas mãos e ouvidos germânicos. Por que não?
Percussões de estrondoso requinte, harmonias deleitosas, grooves agradáveis edificam uma sonoridade totalmente excêntrica. A faixa de abertura, "This Is Not a Tango" já antecipa o mistério que há por vir. Na sequência a honrosa participação de Carolyn Leonhart e Terry Callier, em "What Is Hip" - quase um boogie-woogie acelerado, que logo mostra-se mais Soul que o normal. Em "Não Posso Demorar", a brasileira Kathia B. faz santo sambar e maluco chorar. Pra finalizar com chave de ouro uma versão magnificamente brilhante para a faixa "Funky Nassau", do mais obscuro trio de funk caribenho, chamado The Beginning Of The End. As demais faixas são igualmente extraordinárias, apenas não-óbvia seria suas resenhas. Pesado e flutuante seriam as palavras corretas para a obra de forma geral. A bossa-nova não é crime e tampouco abusar e extrapolar esta infinda e imensurável fonte tupiniquim!
1. The Juju Orchestra - This Is Not A Tango (5:32)
2. The Juju Orchestra - What Is Hip (Feat. Carolyn Leonhart & Terry Callier) (4:54)
3. The Juju Orchestra - Kind Of Latin Rhythm (7:21)
4. The Juju Orchestra - Take Four (5:21)
5. The Juju Orchestra - Do It Again (Feat. Carolyn Leonhart & Robert Smith) (4:51)
6. The Juju Orchestra - El Bravo (5:21)
7. The Juju Orchestra - Não Posso Demorar (Feat. Katia B.) (6:28)
8. The Juju Orchestra - Funky Nassau (5:47)
2. The Juju Orchestra - What Is Hip (Feat. Carolyn Leonhart & Terry Callier) (4:54)
3. The Juju Orchestra - Kind Of Latin Rhythm (7:21)
4. The Juju Orchestra - Take Four (5:21)
5. The Juju Orchestra - Do It Again (Feat. Carolyn Leonhart & Robert Smith) (4:51)
6. The Juju Orchestra - El Bravo (5:21)
7. The Juju Orchestra - Não Posso Demorar (Feat. Katia B.) (6:28)
8. The Juju Orchestra - Funky Nassau (5:47)