WOIMA COLLECTIVE: TEZETA

pitera

Fico curioso e surpreso com a quantidade de Ethio-Jazz circulando pelas veias de inúmeras bandas atualmente, evidenciando um momento de ouvidos muito mais abertos para estas expressões antes periféricas. O fenômeno, embora incipiente no Brasil, tem se alastrado e enraiza-se em grupos como Abayomy Afrobeat Orchestra e Bixiga 70. Mas a coisa não para por aí. Vê-se uma devoção generalizada, presente nos mais diversos cantos do ocidente - EUA, Canadá, Inglaterra, Alemanha, Espanha, França - em grupos como Whitefield Brothers, Eskorzo Afrobeat Experience, Antibalas, Dokkerman and The Turkeying Fellaz, The Funk Ark, The Black Seeds, Afrodizz, The Big Mean Sound Machine, Akalé Wubé, Ocote Soul Sounds, Afro Latin Vintage Orchestra, The Liberators, Ariya Astrobeat Arkestra, Monophonics, The Underbelly, só pra ficar em alguns nomes. Certamente essa direção criativa traz um novo fôlego para o cenário da música, apontando novas explorações melódicas. Tentaremos fazer aqui na Oficina uma cobertura mais fiel do chamado Ethio-Jazz contemporâneo. A começar pelo Woima Collective.

O alemão Johannes Schleiermacher, saxofonista do The Poets of Rhythm, é o responsável pelo projeto que agrega dez cabeças criativas em torno do apreço comum pela música norte-africana. Digamos que o projeto já começa (bem) inspirado: se inicia com uma viagem de Schleiermacher para o Marrocos e, posteriormente, soma-se a algumas conversas sobre música africana com a lenda-viva do Ethio-Jazz Mulatu Astatke. Com toda essa bagagem era de se esperar que Schleiermacher viesse expressar com suas próprias mãos algo do nível de sua experiência. Não demorou muito para movimentar uns amigos e batizar o grupo de Woima Collective, sendo Woima um rítmo da Guiné. Em 2010 gravavam o album "Tezeta" - termo que também significa um tipo de música etíope.

Para recriar as paisagens norte-africanas deslumbradas por Schleiermacher, o grupo se utilizou de uma catálise musical que é executada seguindo uma base rítmica percussiva, e que proseia ao longo das faixas, com diversos elementos como moogs, sopros totalmente influenciados por rítmos e escalas marroquinas, e característicos licks de orgão Astatkeanos. É importante ressaltar que embora o disco seja concebido como uma celebração de rítmos norte-africanos, ele não intenta ser ortodoxo. As inspirações tem seu espaço bem como as experimentações advindas de outros espaços e momentos, e são estas últimas as responsáveis por trazerem para o registro heterogeneidades. O que quero dizer, é que as faixas podem resvalar tanto sob um Dub, como em "No Way But Still Walkingaté", quanto sob a música atonal como no desfecho de "Wilder Mann". É principalmente por conta disso que o disco ganha originalidade, e não cai na armadilha de seguir caminhos repetitivos, num momento de inspirações comuns!



Dê o play, macaco!
"[2010] Tezeta"
links alternativos: Depositfiles.com (.flac) ou Turbobit.com (.flac)

1. Woima Collective - Marz (3:46)
2. Woima Collective - Credo (4:34)
3. Woima Collective - Woima (3:14)
4. Woima Collective - Gaaf (3:11)
5. Woima Collective - Puno (3:21)
6. Woima Collective - No Way But Still Walking (5:20)
7. Woima Collective - Cavemans Revenge (3:29)
8. Woima Collective - Wayna (3:07)
9. Woima Collective - The Cave (5:03)
10. Woima Collective - Gidama (3:32)
11. Woima Collective - Illusions (4:57)
12. Woima Collective - Wilder Mann (2:32)

 
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