Talvez eu fosse chover no molhado ao procurar por outras resenhas para me nortear sobre esse novo trabalho do Mano Brown. Não sou desse naipe. Apenas tenho escutado o disco e buscado em meu ipod mental as referências para não dizer obviedades. É difícil, já que esse disco foi esperado com certa ansiedade por fãs e mídia especializada, então qualquer descuido poderia me levar a uma opinião pré formada sobre o rolê.
Como tenho que começar por algum lugar, vamos começar pelos clichês. O álbum é uma pedrada. O álbum é bem diferente do som do Racionais Mc´s. Sim, é e não, não é, mas teve ótimas ações de marketing para reforçar essa impressão. O que muda no som de Mano Brown sem os Racionais Mc´s são as temáticas, as letras, mas as bases bebem nas mesmas fontes.
Ao contrário do que se possa dizer, vejo um disco com essência de música preta brasileira influenciada pela “black music” norte-americana. As participações de Max de Castro e Simoninha, pra mim, são o principal indicativo disso. Filhos do maior “performer” brasileiro em sua época, reproduzem o balanço em suas composições e trabalhos abafados pela mídia de massa.
O que dizer da participação de Hyldon? Mais um forte indicativo da força legítima da produção nacional de balanço que, me remetem a nomes do naipe de Don Salvador e banda Abolição, Gerson King Combo, Di Melo, Banda Black Rio, Toni Tornado, Cassiano, Tony Bizarro e nomes mais acessíveis como Tim Maia, Jorge Ben Jor, Sandra de Sá, Ellen Oléria e Helião do RZO para citar pouquíssimas estrelas numa constelação.
22 faixas são algo fora do comum, mas acontece que muitas de Boogie Naipe são como vinhetas, outras são como trilhas incidentais e isso passa longe de ser ruim. Ao contrário, elas funcionam como elo de ligação entre as histórias do disco e desgarradas desse contexto.
A produção musical do disco é de Mano Brown e Lino Krizz, que também assinam a direção artística do disco. A ficha técnica está recheada de talentos. Toda a produção gráfica do disco é assinada por Pedro Inoue. Inoue é o Creative Director da Adbusters Magazine. Já seu trabalho comercial inclui clientes como David Bowie, Damien Hirst, Greenpeace & Ryuichi Sakamoto. As fotos foram feitas pelo fotógrafo profissional Klaus Mitteldorf, que já assinou as capa dos álbuns “Sobrevivendo no Inferno” e “Nada como um dia após o outro dia” dos Racionais.
A produção executiva é da Produtora Boogie Naipe. O primeira álbum solo do rapper paulista foi masterizado no Quad Recording Studios NYC nos EUA em julho deste ano, repetindo a parceria que começou com o Cd do Racionais “Cores e Valores”, em 2014. Assim como já são distribuídos os trabalhos do Racionais, a logística de distribuição digital do cd está nas mãos da competente Onerpm.

Mano Brown - Sinta-Se Bem Com o Boogie Naipe (feat. Wilson Simoninha) (0:37)
Mano Brown - Gangsta Boogie (feat. Lino Krizz) (3:21)
Mano Brown - Mal de Amor (feat. Lino Krizz and Ellen Oléria) (4:38)
Mano Brown - Boa Noite São Paulo (feat. William Magalhães and Lino Krizz) (3:28)
Mano Brown - Mulher Elétrica (feat. William Magalhães) (3:33)
Mano Brown - Foi Num Baile Black (feat. Hyldon and Lino Krizz) (4:18)
Mano Brown - Louis Lane (feat. Seu Jorge and William Magalhães) (3:43)
Mano Brown - Dance, Dance, Dance (feat. Don Pixote and Seu Jorge) (4:27)
Mano Brown - DJ Vitória Rios (feat. Vitória Rios) (0:29)
Mano Brown - Flor do Gueto (feat. Lino Krizz and Max De Castro) (4:23)
Mano Brown - La Onda (feat. Lino Krizz and Nelson Conceição) (2:30)
Mano Brown - Nova Jerusalém (feat. Lino Krizz, Mara Nascimento, Carlos Dafé, and Dado Tristão) (3:23)
Mano Brown - Nave Mãe (feat. Lino Krizz and Ellen Oléria) (1:54)
Mano Brown - Por Mim e Nāo por Elas (0:16)
Mano Brown - Adicto (feat. Dado Tristão) (3:10)
Mano Brown - Felizes / Heart 2 Heart (feat. Leon Ware) (4:18)
Mano Brown - Amor Distante (feat. Lino Krizz) (Rap Mix) (4:01)
Mano Brown - Amor Distante (feat. Lino Krizz) (Blues Mix) (2:25)
Mano Brown - De Frente pro Mar (feat. Lino Krizz) (3:54)
Mano Brown - Você e Eu... Só! (feat. Lino Krizz) (3:51)
Mano Brown - Boogie Naipe, Baby! (Ao Vivo) (0:28)
Mano Brown - Felizes (4:32)
Mano Brown - Gangsta Boogie (feat. Lino Krizz) (3:21)
Mano Brown - Mal de Amor (feat. Lino Krizz and Ellen Oléria) (4:38)
Mano Brown - Boa Noite São Paulo (feat. William Magalhães and Lino Krizz) (3:28)
Mano Brown - Mulher Elétrica (feat. William Magalhães) (3:33)
Mano Brown - Foi Num Baile Black (feat. Hyldon and Lino Krizz) (4:18)
Mano Brown - Louis Lane (feat. Seu Jorge and William Magalhães) (3:43)
Mano Brown - Dance, Dance, Dance (feat. Don Pixote and Seu Jorge) (4:27)
Mano Brown - DJ Vitória Rios (feat. Vitória Rios) (0:29)
Mano Brown - Flor do Gueto (feat. Lino Krizz and Max De Castro) (4:23)
Mano Brown - La Onda (feat. Lino Krizz and Nelson Conceição) (2:30)
Mano Brown - Nova Jerusalém (feat. Lino Krizz, Mara Nascimento, Carlos Dafé, and Dado Tristão) (3:23)
Mano Brown - Nave Mãe (feat. Lino Krizz and Ellen Oléria) (1:54)
Mano Brown - Por Mim e Nāo por Elas (0:16)
Mano Brown - Adicto (feat. Dado Tristão) (3:10)
Mano Brown - Felizes / Heart 2 Heart (feat. Leon Ware) (4:18)
Mano Brown - Amor Distante (feat. Lino Krizz) (Rap Mix) (4:01)
Mano Brown - Amor Distante (feat. Lino Krizz) (Blues Mix) (2:25)
Mano Brown - De Frente pro Mar (feat. Lino Krizz) (3:54)
Mano Brown - Você e Eu... Só! (feat. Lino Krizz) (3:51)
Mano Brown - Boogie Naipe, Baby! (Ao Vivo) (0:28)
Mano Brown - Felizes (4:32)
Antonio Carlos Nicolau, 44, com formação em TI, é produtor cultural. Suas primeiras impressões musicais estão entre 1980 e 84 por meio de especiais de TV para crianças (A arca de Noé I e II, Pirlimpimpim, Pluct Plact Zuum). Em 1985, assistiu, também pela TV, o Rock in Rio e logo teve o primeiro LP do Iron Maiden em suas mãos. Desde então vem de sentidos abertos a quase tudo e todos.