JANIS JOPLIN

pitera
"I GOT DEM OL' KOZMIC BLUES AGAIN MAMA (DELUXE EDITION)"

*NOTA: Post refeito sob novos argumentos, reestruturado com nova resenha, além da alteração do disco para sua versão deluxe edition. Janis merece o melhor sempre (seus fãs também)! ~repostado por pitera


Começo este post exaltando a polêmica. Palavra indissociável da vida e carreira de Janis Lyn Joplin, a qual deve-se o post de hoje. Janis é hoje admirada e reconhecida por seu trabalho e lembrada por suas vivências bastante ousadas e avançadas para os padrões socialmente estabelecidos. Em verdade, Janis elevava-se perante à desgastada sociedade sessentista. A longevidade de sua arte é por si só a mais pura prova da elevação e superação de paradigmas aprisionadores presentes na história da humanidade. Viver sem máscaras é um trunfo de sua pessoa, aliado principalmente à capacidade única de transformar mágoas e rancores em música. A voz de Janis por si só pode ser considerada arrebatadora, carregada de emoção e técnica. Agora imagine esta voz acompanhada por uma seção de metais igualmente primorosa, para ter idéia do que está por vir com este post.

Esta reedição deluxe aqui apresentada, completa o lançamento de 1969 com as oito canções originais mais três faixas extra: um outtake inédito de "Dear Landlord", de Bob Dylan, e versões ao vivo de "Summertime" e "Piece of My Heart" no Woodstock. No período referido Janis Joplin já se aventurava com a Kozmic Blues Band. Influenciada pelo rhythm & blues de bandas da década de 60 como Ottis Redding e os The Bar-kays, a banda tentava concretizar o propósito de misturar elementos do soul e do funk com o blues, indo na contramão da tendência do hard rock psicodélico. Para mim, a principal característica de Kozmic Blues é a incrível energia capturada ao longo de cerca de cinquenta minutos. Janis vai do sussurro ao grito, mostrando ao ouvinte uma dualidade encontrada em todo ser humano, que se faz também inerente ao disco. Faixas como "Try" e "As Good As You've Been To This World" contam com o groove da soul music, ao mesmo tempo, "Maybe", "Work Me Lord" e a singela "Little Girl Blue" têm uma característica pegada gospel. A essência do disco no entanto é a mesma e se faz maior que qualquer rotulação: músicas que penetram no fundo da alma. Bateria em timbres profundos, guitarras executando primorosas linhas melódicas, metais intensos e cativantes, e até violinos acompanhando a cadência da voz de Janis, que se apresenta como curativo para nossos dias neste mundo.

Como a passagem de um cometa, este disco passará pelos seus ouvidos. A rapidez do fenômeno e a intensidade da experiência podem ser apontadas como as semelhanças mais instantâneas. A Kozmic Blues nunca se solidificou como grupo, e a passagem de Janis pela Terra também faz as vezes de um fenômeno astronômico, intenso. Sinta também um grito rouco saindo por sua própria garganta ao dar o play nesta pedra!




Dê o play, macaco!
"[1969] Kozmic Blues (Deluxe Edition)"

1. Janis Joplin - Try (Just a Little Bit Harder) (3:57)
2. Janis Joplin - Maybe (3:41)
3. Janis Joplin - One Good Man (4:11)
4. Janis Joplin - As Good as You've Been to This World (5:27)
5. Janis Joplin - To Love Somebody (5:14)
6. Janis Joplin - Kozmic Blues (4:24)
7. Janis Joplin - Little Girl Blue (3:50)
8. Janis Joplin - Work Me, Lord (6:45)
9. Janis Joplin - Dear Landlord (Outtake from the Kozmic Blues Sessions)* (2:32)
10. Janis Joplin - Summertime (Live at Woodstock)* (5:03)
11. Janis Joplin - Piece of My Heart (Live at Woodstock)* (6:31)
*Bônus tracks

 
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