Imagem recuperada do verso do L) |
Nos primórdios, no final da década de 50, a influência do jazz no cenário da música jamaicana já era evidente. Para se ter idéia o lendário produtor Clement "Coxsone" Dodd era um dedicado fã do jazz. O primeiro contato de King Tubby (outro genial produtor) com a música foi através do jazz. Este affair os levou a basear suas produções nos princípios da pureza, integridade e total entrega do jazz. Jackie Mittoo era outro, decidiu viver para o órgão após ouvir maravilhado o som de Jimmy Smith. Nos primeiros soundsystems podia-se encontrar por vez alguns clássicos de Louis Armstrong, Louis Jordan e Charlie Parker, todos ícones do gênero americano. O jazz - e tudo que o cercava - teve notável importância no fomento da herança musical deixada pela Jamaica!
Talvez a banda mais importante da era pré-Skatalites tenha sido a Cecil Lloyd Band, que explanarei já. Foi aqui que foram lançados ao mundo, os então jovens: Don Drummond, Roland Alphonso e Tommy McCook. Estudado e bem argumentado, Cecil Lloyd colocou sua cara à bater. Mas sabia onde pisar, nesta altura era disparado o principal "pianista" da Jamaica. Forneceu um vasto laboratório aos jovens promessas da ilha. Era especialista na sua área, o "guru jazzeiro" a quem recorrer em todos os casos. Seu baterista, Lowell Morris, e seu baixista Lloyd Mason eram igualmente talentosíssimos - como Coxsonne Dodd pôde logo comprovar. Na metade dos anos 50, tornaram-se a banda oficial dos principais hotéis da Jamaica. Ironias à parte, tocavam para embalar noites e mais noites frequentadas basicamente por turistas não jamaicanos que visitavam a ilha. Lançaram, custeados pelos próprios hotéis, os primeiros singles, que eram vendidos aos turistas, geralmente britânicos ou americanos.
O educado Cecil Lloyd foi o primeiro artista a ser produzido por Coxsonne Dodd – na verdade Cecil gravou as únicas tacadas de Dodd no terreno do jazz. Este registro, de 1958, conta com participações de gente grande: Jackie Mittoo, Dizzy Reece Quintet, Harold MacNair e Wilton Bogey Gaynair são os ilustres convidados ao baile. O resultado deve ser rotulado como “jazz mento” – uma mistura de estilos difusos de latin jazz e afro jazz. Passa faminto, mas sem pressa, pela musica folclórica regional, devorando o mento (como era chamado o calipso jamaicano) e saboreando o fresco e destemido cool jazz. Outrora carregava traços fiéis às culturas caribenhas, como a cadência nyahbinghi mostrada na versão de “Eleanor Rigby” (dos Beatles). O disco é de fato de jazz (ou "pós-bebop", como poderia ser chamado), instrumental do começo ao fim. Performático com inédito usufruto harmônico e rítmico. Como já disse certo personagem: “Se não gosta da música instrumental, não pode gostar de música!”. Simples assim. Dê o play, ouça nem que seja apenas pra sentir o gosto de ter “em mãos” uma das maiores (senão a maior) raridades do afro-cuban-jazz de todos os tempos!
Talvez a banda mais importante da era pré-Skatalites tenha sido a Cecil Lloyd Band, que explanarei já. Foi aqui que foram lançados ao mundo, os então jovens: Don Drummond, Roland Alphonso e Tommy McCook. Estudado e bem argumentado, Cecil Lloyd colocou sua cara à bater. Mas sabia onde pisar, nesta altura era disparado o principal "pianista" da Jamaica. Forneceu um vasto laboratório aos jovens promessas da ilha. Era especialista na sua área, o "guru jazzeiro" a quem recorrer em todos os casos. Seu baterista, Lowell Morris, e seu baixista Lloyd Mason eram igualmente talentosíssimos - como Coxsonne Dodd pôde logo comprovar. Na metade dos anos 50, tornaram-se a banda oficial dos principais hotéis da Jamaica. Ironias à parte, tocavam para embalar noites e mais noites frequentadas basicamente por turistas não jamaicanos que visitavam a ilha. Lançaram, custeados pelos próprios hotéis, os primeiros singles, que eram vendidos aos turistas, geralmente britânicos ou americanos.
O educado Cecil Lloyd foi o primeiro artista a ser produzido por Coxsonne Dodd – na verdade Cecil gravou as únicas tacadas de Dodd no terreno do jazz. Este registro, de 1958, conta com participações de gente grande: Jackie Mittoo, Dizzy Reece Quintet, Harold MacNair e Wilton Bogey Gaynair são os ilustres convidados ao baile. O resultado deve ser rotulado como “jazz mento” – uma mistura de estilos difusos de latin jazz e afro jazz. Passa faminto, mas sem pressa, pela musica folclórica regional, devorando o mento (como era chamado o calipso jamaicano) e saboreando o fresco e destemido cool jazz. Outrora carregava traços fiéis às culturas caribenhas, como a cadência nyahbinghi mostrada na versão de “Eleanor Rigby” (dos Beatles). O disco é de fato de jazz (ou "pós-bebop", como poderia ser chamado), instrumental do começo ao fim. Performático com inédito usufruto harmônico e rítmico. Como já disse certo personagem: “Se não gosta da música instrumental, não pode gostar de música!”. Simples assim. Dê o play, ouça nem que seja apenas pra sentir o gosto de ter “em mãos” uma das maiores (senão a maior) raridades do afro-cuban-jazz de todos os tempos!
Dê o play, macaco!
[1958] Carnival At The Tower Isle
1. Cecil Lloyd Group - Softly (3:04)
2. Harold “Little G” MacNair - The Hipster (4:27)
3. Cecil Lloyd Group - Mr. Propman (part 1) (2:23)
4. Cecil Lloyd Group - Mr. Propman (part 2) (6:18)
5. Cecil Lloyd Group - I Cover The Waterfront (3:30)
6. Dizzy Reece Quintet - Now’s The Time (2:31)
7. Jackie Mittoo - Eleanor Rigby (5:39)
8. Jackie Mittoo - More Than Yesterday (6:15)
9. Wilton Bogey Gaynair - Wilton’s mood (6:02)
10. Cecil Lloyd Group - I Remember April (2:56)
11. Cecil Lloyd Group - Serenade in Round (3:50)
12. Cecil Lloyd Group - Sometimes I’m Happy (4:37)
13. Cecil Lloyd Group - Calypso Jazz (3:16)
~integrantes:
Cecil Lloyd: piano
Lowell Morris: bateria
Lloyd Martins: baixo
Roland Alphonso: sax
Tommy McCook: sax
Don Drummond: trombone
Dizzy Moore: trompete