AFROMASSIVE: FILL THE VOID

09/09/2016 wazagoo


A primeira faixa de um disco importa sim. Pelo menos pra mim, a primeira impressão sonora é quase sempre determinante. Talvez seja um feeling particular para identificar o que me agrada. Ou seja de fato amores 'a primeira vista', no caso, a primeira audição! Penso mais. Talvez alguns discos que não me cativaram num primeiro flerte podem ser discos com introduções inexpressivas, quase brochantes. E, por isso, não chegaram aos ditos 'finalmentes' como deveriam. A banda californiana AfroMassive não é dessas. A bigband chega com os dois pés na porta de seus ouvidos e acredite, você vai agradecer o baque tomado!

O disco "Fill The Void", de 2014, é sugestivo e precisamente assertivo. Preenche o vazio que uma boa preliminar dispensa. A faixa de abertura invade com um groove requintadíssimo e que ostenta uma passagem cirúrgica para a segunda faixa. Neste momento você já não é mais o mesmo. Na sequência "Por Ejemplo" um funk que se insinua à musica latina sem largar a aliança africana, com uma pegada sacolejante e quebradiça. Ótimo, agora você entende o poderio desses filhos de U.S.A.! Então, em "Let It Go" você percebe que ainda não entendeu ao certo toda a diversidade envolvida. Com ajuda dos vocais de Lafa Taylor, a faixa é um Soul profundo, ou um R&B rico e marcante.

O disco segue poderoso e firme. Os naipes de metais se impõem no afrobeat da quinta faixa "Headband" e seguem até o terço final de "Svengali". Quando uma virada totalmente imprevisível acontece e o dia vira noite. A água vira vinho. O quarto vira pista de dança e você percebe que ainda está tocando a mesma sexta faixa "Svengali". Anormal e extraordinariamente bom.

Já se foi a primeira da metade do disco e você não quer pensar que isso pode acabar em algum momento. Antes de concluir o pensamento, "Give My Change Back" toma sua atenção com uma pegada afrobeat, sim, porém tropical, quase uma cumbia, com um belo toque digital, moderno e que no final vira quase um ragga com uns efeitos adubados. A onda melhora com a faixa mais Hip-hop do disco, "Gipsy Tears". Os vocais de Abstract Rude e Sunspot Jonz revezam o foco com os metais numa pega entre Anderson .Paak e The Roots. As duas partes de "Cheetah" combinam referências de afrobeat, deep-funk e nu-disco. Com recursos eletrônicos ousados, cabidos o resultado é formidável. As duas últimas, "Assembly Line" e "Falling Forward" comprovam a versatilidade da banda com passagens brilhantes, ora tranquilas, massageantes, ora frenéticas e transformadoras. Quando acaba, eu disse, você agradece o baque!



Dê o play, macaco!
Download | Discogs | Facebook

1. Afromassive - Stumblin' (5:52)
2. Afromassive - Full Void (3:05)
3. Afromassive - Por Ejemplo (6:48)
4. Afromassive - Let It Go (Feat. Lafa Taylor) (5:24)
5. Afromassive - Headband (6:33)
6. Afromassive - Svengali (4:45)
7. Afromassive - Gimme My Change Back (6:02)
8. Afromassive - Gypsy Tears (Feat. Abstract Rude & Sunspot Jonz) (4:36)
9. Afromassive - Cheetah (4:12)
10. Afromassive - Cheetah Ii (2:40)
11. Afromassive - Assembly Line (4:44)
12. Afromassive - Falling Forward (3:43)

~integrantes:
Aaron Bortz - Bass Guitar and Synth
Cole Defaymoreau- Guitar
Julian Fritz- Drumset + Electronics
Chris Noonan- Baritone and Tenor Saxophone
Mike Scartezina- Congas
Brian Swislow- Keys and Synths

 
RECEBA NOSSAS ATUALIZAÇÕES POR EMAIL!

Inscreva seu email para receber nossas atualizações. Garantimos bom conteúdo e nenhum spam!

QUERO FAZER PARTE DO TIME!
Você escreve e quer publicar aqui suas resenhas sobre música? Faça parte do nosso time de colaboradores! Clique aqui para entrar em contato.
ENCONTROU ALGUM LINK QUEBRADO?
Clique aqui para nos informar sobre links quebrados ou qualquer erro ocorrido. Agradecemos e tentaremos corrigí-los o quanto antes.