PIXIES: DOOLITTLE

24/10/2016 Unknown

Nos anos 90, eram comuns as repúblicas estudantis, principalmente da UNESP e suas festas para recuperar dinheiro do aluguel, já que a galera gastava a grana enviada pelos pais com churrasco, bebidas, aquele verdinho ou com um brilho para o dia-a-dia e para curtir as festas em outras repúblicas.

Nessa época, a banda Artigo 13 fazia muito sucesso tocando covers do The Doors, Made in Brazil, Led Zeppelin, Raul Seixas, Pink Floyd, consideradas bandas antigas. Mas tocavam as contemporâneas, à época, como: Pearl Jam, Charlie Brown Jr., Rage Against The Machine, Raimundos, Ben Harper e toda sorte de sons nessa linha, por ter uma formação que teve alterações, mas, que sempre foi privilegiada. Tenho dificuldades em lembrar dos bateristas da Artigo 13, mas me lembro bem do Cléber Barbosa no vocais, Zé Aurélio no baixo e Guilherme Held na guitarra, porque foi a formação clássica e porque seguimos amigos até hoje.

Eu ia ver a “Artigo” tocar em tudo quanto é tipo de festa e local. Eu tinha um fusca branco, que se falasse, meu irmão, entregaria vários B.O.s. Convivemos muito com a galera da UNESP, mas certa vez foi marcante. O local da festa era em um bairro mais afastado do centro e menos usual, na casa de alguém que não era tão próximo da galera, mas se a “Artigo” ia tocar, lá íamos nós, após esquentas homéricos.

Já em estados alterados da mente, vou parar no banheiro de uma suíte com uma mina. Após a mina sair, fui dar uma mijada, trancando a porta. Mijei e ao tentar sair, a porta não abria. Imaginei que logo menos alguém apareceria para usar o banheiro e abriria a porta por fora. Acontece, que a primeira pessoa que chegou, tava tão loca, que não conseguia abrir a porta, nem mesmo, por fora. Pedi que ela chamasse alguém, mas ela ignorou e saiu rachando o bico.

Bateu um desespero e eu corri pro vitrô. Dependurado na janelinha, via as pessoas curtindo a festa, então chamava, gritava por ajuda, mas o som alto não deixava ninguém ouvir. Nessa hora, ouvi os primeiros acordes de “Hey” do Pixies e fiquei impressionado com aquela levada, com aquela linha de baixo e fiquei curioso pra saber que banda a tocava, mas também queria sair dali pra curtir a festa. Então, fumei uns cigarros, enquanto gritava no intervalo entre as músicas. Hey! Heey! Heeeyyy! E...nada! Aí, tirei minha camisa e pendurei pro lado de fora do vitrô até alguém perceber que tinha algo estranho acontecendo ali.

Quando perceberam, pedi pra chamarem meus amigos, que acharam que eu tava zoando. Depois de mais um tempo, eles perceberam que era real, mas me deixaram lá pra zoar. Os FDPs avisavam as outras pessoas e me falavam que tavam dando um jeito de abrir, mas não tavam fazendo nada. Depois eles começaram a passar cerveja, caipirinha e cigarros pelo vitrô, mas não iam abrir a porra da porta e eu fiquei por lá até que aquela mina que tava comigo no banheiro, enjoou da brincadeira e chamou o dono da casa/festa pra me soltar. Quando saí, tava cabrero, mas todos o FDPs dos meus amigos, comemoraram minha liberdade e raiva passou num segundo.

Na primeira oportunidade que tive, quis ouvir aquela banda e ouvi tudo o que havia sido lançado dela quase tudo de uma vez e segui ouvindo por um bom tempo, qualquer coisa lançada. Durante muito tempo, enquanto não tocava esse som, parecia que a festa não tinha começado.

Doolittle, 3º álbum da Pixies, nem é meu disco preferido, pois nem sei se tenho algum disco preferido dessa banda incrível, à época, composta por Black Francis, vocais, guitarra e violão; Kim Deal, baixo e vocais; Joey Santiago, guitarra e backing e Dave Lovering, bateria. Com produção de Gil Norton, teve Steve Haigler, engenheiro de mixagem; Matt Lane, engenheiro de som; Simon Larbalestier, imagem da capa, ilustrações no encarte do álbum e Vaughan Oliver, também com ilustrações no encarte do álbum.


Dê o play, macaco!
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1 - Debaser 2:52
2 - Tame 1:55
3 - Wave Of Mutilation 2:04
4 - I Bleed 2:34
5 - Here Comes Your Man 3:21
6 - Dead 2:21
7 - Monkey Gone To Heaven 2:57
> Cello – Ann Roroich*, Arthur Fiacco > Violino – Corine Metter, Karen Karlsrud
8 - Mr. Grieves 2:05
9 - Crackity Jones 1:24
10 - La La Love You 2:43
> Vocal – David Lovering*
11 - No. 13 Baby 3:51
12 - There Goes My Gun 1:49
13 - Hey 3:31
14 - Silver 2:25
> Baixo – David Lovering* > Guitarra Slide – Kim Deal
15 - Gouge Away 2:45

Antonio Carlos Nicolau, 44, com formação em TI, é produtor cultural. Suas primeiras impressões musicais estão entre 1980 e 84 por meio de especiais de TV para crianças (A arca de Noé I e II, Pirlimpimpim, Pluct Plact Zuum). Em 1985, assistiu, também pela TV, o Rock in Rio e logo teve o primeiro LP do Iron Maiden em suas mãos. Desde então vem de sentidos abertos a quase tudo e todos.

 
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