Alguns conhecidos e alguns amigos feitos mais recentemente, vira e mexe, me perguntam porque eu não frequento bares de rock. A resposta é simples: Já frequentei bares de rock demais. Pode não parecer, mas fui precoce para algumas coisas e hoje já tenho mais tempo vivido, que a viver.
Assim que fiz 18 anos, fui morar em São Paulo, primeiro na casa de uma tia, depois sozinho e por fim, dividi quitinetes, algum tempo com namoradas, algum tempo com amigos. Estou falando do final da década de 80, começo de 90. Só ouvia Iron Maiden, AC/DC, Black Sabbath, Judas Priest, Motley Crue...
Frequentei dois lugares na Av. Celso Garcia, ZL de São Paulo, que eram templos undergrounds do heavy metal, hard rock e similares. Eram o Fofinho Rock Bar e a Led Slay, casas que tinham 20 anos de funcionamento na época e que não sei se ainda funcionam. Lá, tive contato com outras culturas, modismos e sons. Conheci o punk rock da Carolina, a face fascistóide dos carecas do abc, o pós-punk, o indie rock, a cena dark. Enfim, conheci o rock nacional em todas suas vertentes.
Ok! Muitos anos passaram e algumas coisas mudaram. Sim, mudaram. Só que eu mudei ainda mais. Hoje, apesar de conhecer inúmeros músicos que tocam em bandas de rock e donos de bares de rock, por tudo quanto é lugar, tenho outras preferências musicais e comportamentais.
Sei lá, aos poucos, fui me afastando dos bares e da cena rock. Procuro por coisas mais contemporâneas e nesse sentido, a maioria dos picos que conheço tocam as mesmas coisas que ouvia na Lad Slay e no Fofinho, há mileanos. Olha…posso estar errado, já que nunca fiz uma enquete sobre o tema, portanto minha percepção não deve ser a verdade absoluta, mas basta ver a programação desses locais pra entender minha teoria.
Conheci Sepultura enfiado naquela época e contexto descrito acima e pirei. Tanto que ainda ouço Sepultura com assiduidade. Em meu parco entendimento, essa é uma banda sem precedentes no cenário da música brasileira e mundial. No mínimo, é uma das bandas mais longevas, com maior poder de renovação e conceito em seus álbuns. Basta saber mais sobre as inspirações para discos como Roots, A-Lex, Dante XXI, The Mediator Between Head and Hands Must Be the Heart, por exemplo.
14º álbum da banda, Machine Messiah começa melódico, mas logo tira a máscara de carneiro pra mostrar a face de lobo. É um álbum com grande criatividade. Ele tem elementos pernambucanos, árabes, espanhóis, indianos, linhas harmônicas e melódicas ousadas com solos de teclados, viradas de bateria com tempos quebrados. Tudo muito interessante pra quem não gosta do óbvio.
O site oficial diz, “...Inspirado pelo processo de robotização da nossa sociedade, o álbum lançado em 13 de janeiro via Nuclear Blast Records. O álbum foi produzido pela banda (Paulo Jr, baixo - Andreas Kisser, guitarra - Derrick Green, vocal - Eloy Casagrande, bateria) e Jens Bogren (Soilwork, Opeth, Katatonia, Amon Amarth) no Fascination Street Studios, em Örebro, na Suécia. A impressionante arte da capa de Machine Messiah foi criada pela artista filipina Camille Dela Rosa.”

Sepultura - Machine Messiah (5:54)
Sepultura - I Am The Enemy (2:27)
Sepultura - Phantom Self (5:30)
Sepultura - Alethea (4:31)
Sepultura - Iceberg Dances (4:41)
Sepultura - Sworn Oath (6:09)
Sepultura - Resistant Parasites (4:58)
Sepultura - Silent Violence (3:46)
Sepultura - Vandals Nest (2:47)
Sepultura - Cyber God (5:22)
Sepultura - Chosen Skin (Bonus Track) (3:17)
Sepultura - Ultraseven No Uta (Bonus Track) (1:17)
Sepultura - I Am The Enemy (2:27)
Sepultura - Phantom Self (5:30)
Sepultura - Alethea (4:31)
Sepultura - Iceberg Dances (4:41)
Sepultura - Sworn Oath (6:09)
Sepultura - Resistant Parasites (4:58)
Sepultura - Silent Violence (3:46)
Sepultura - Vandals Nest (2:47)
Sepultura - Cyber God (5:22)
Sepultura - Chosen Skin (Bonus Track) (3:17)
Sepultura - Ultraseven No Uta (Bonus Track) (1:17)
Salve Salve Antonio Carlos Nicolau, 44, com formação em TI, é produtor cultural. Suas primeiras impressões musicais estão entre 1980 e 84 por meio de especiais de TV para crianças (A arca de Noé I e II, Pirlimpimpim, Pluct Plact Zuum). Em 1985, assistiu, também pela TV, o Rock in Rio e logo teve o primeiro LP do Iron Maiden em suas mãos. Desde então vem de sentidos abertos a quase tudo e todos.