Ganhei o cd do próprio Gustavo Bombonato em um Seminário de Gestão de Cultural do qual participamos em Votuporanga, SP, sua terra natal. Em nossa conversa pessoalmente, pelo WhatsApp e depois por email, ele disse ter sido matriculado pela avó em uma escola de música no curso de teclado, que tocou em uma banda de baile e que aos 18 anos foi estudar no famoso e consagrado conservatório em Tatuí, SP. Essa fase em Tatuí é recorrente na biografia descrita em seu site, nas matérias sobre o artista, em suas entrevistas e na sua troca comigo.
Apesar de ter tocado em navios de cruzeiro e conhecido meio mundo, ao conversar com o músico e compositor, tudo parece se resumir a sua formação em Tatuí, mas vamos em frente. Gostaria de abordar outros aspectos da sua vida e carreira, mas toda resposta tem em seu começo, meio ou fim alguma citação a algum professor ou músico formado por lá.
Ele conta que em seus primeiros contatos com a música, conhecia bem pouco de Bossa Nova e um pouco de Choro. Depois tocou Boleros, Tangos, Cha cha cha, Mambo em banda de baile por 3 anos e no conservatório conheceu e estudou Jazz, Bebop, Baião, Samba, Frevo, Maracatu, etc
Por indicação de um amigo, embarcou em um navio de cruzeiro para fazer “a Rota do Nordeste no Brasil, tive a oportunidade de visitar diversas vezes Fernando de Noronha, Natal, Recife, Fortaleza, Salvador, etc”, disse Gustavo. Ele ainda me conta que seu primeiro embarque internacional foi para a Rota do Mar Mediterrâneo, passando por cidades italianas, francesas, entre outros paises. “Logo após foi Caribe como Aruba e Curação, em Seguida Fiordes na Noruega e Mar Bático como Rússia, Estocolmo e Finlândia. Cada embarque durava de 6 a 8 meses na Europa e de 4 meses no Brasil”, finaliza.
Dotado de profundo conhecimento musical, Gustavo atravessou o litoral europeu como pianista da Companhia Espanhola Marítima de Cruzeiros Pullmantur, além de se apresentar em outros Transatlânticos como o Navio Finlandês Amorella (Companhia Viking Line).
Ele conheceu lugares como o “Coliseu de Roma, a cidade de Pompéia nas proximidades do Vesúvio e também no Ártico, a Islândia e Groelândia...” e classifica como os locais que mais gostou de conhecer nesse período foram “Porto Venere, na Itália, uma ilha e Santorini na Grécia”.
Solteiro por convicção e sem filhos, pretende voltar ao mar em breve embarcando novamente em navio de cruzeiro. Gustavo Bombonato tem cerca de 100 composições e diz que “hoje em dia são feitas por trechos ou compassos. Não me preocupo muito com a Quadratura se é terminação de compassos par ou ímpar ou perfeita e imperfeita. Termino a música por intuição quando acho por exemplo até aqui deu certo. Fim.”
A capa e o trabalho gráfico do seu disco é assinada por um grafiteiro e artista plástico e é muito bonito. Gustavo Bombonato me confidencia que “não consigo tornar-me parte e fazer alguma outra manifestação de arte, além da música em geral, mas que acha bonito e admira a dança, em especial o Tango, que adora a Pintura e as Esculturas em Geral.”
Seu disco está a venda nas principais plataformas digitais porque segundo ele “...no Mundo as pessoas têm cada vez mais ouvido música digitalmente, somente no celular ou no tablet e tem deixado os tocadores de cd de lado. O cd hoje funciona pra mim como uma espécie de cartão de visita para fechar shows em Sescs e Festivais.”
Suas influências no Brasil são: Chico Pinheiro, Tatiana Parra, Tom Jobim entre outros e Fora são: Herbie Hancock, Tigran Hamasyan, Vardan Ovsepian, isso no piano. Nos outros instrumentos: Charlie Parker, Cole Porter e Chet Backer.
Este projeto, intitulado “Novos Horizontes Apontam”, seu primeiro álbum de música instrumental, nasceu em 2016 e conta com a ilustre participação de grandes músicos como o baterista e compositor Realcino Lima Filho (conhecido como “Nenê”, já gravou com Egberto Gismonti, Milton Nascimento, Hermeto Pascoal e Elis Regina, grandes nomes da Música Popular Brasileira); Lincoln Cheib; Fernando Corrêa; Alberto Luccas ; Enéas Xavier; Diego Garbin; Sérgio Frigério; Esdra “Neném” Ferreira; Rodrigo “Digão” Braz; Raphael Ferreira e André Lagoin.
Gravado no Estúdio BRC em São Paulo pelos Engenheiros de Áudio, Bruno Cardozo e Luís Paulo Serafim (LP). Gravação Adicional: Usina Estúdio em Belo Horizonte pelo Engenheiro e Baixista, Enéias Xavier. Técnico e Afinador de Piano: Olívio Valarini Junior (Tuca). Mixagem: Luís Paulo Serafim (LP). Masterização: Mike Couzzi U.S.A. Ilustrações: Edgard Andreatta. Design Gráfico: Giulliano Paraventi e José Antonio Morelli.
1.Cone de Fogo (5:52)
2.Convidando a Meninada pra Festa (6:39)
3.Gradativo e Constante (6:10)
4.Sala de Espera (3:24)
5.Dá um relax, né Bicho! (8:33)
6.Novos Horizontes Apontam (6:44)
7.Mr. Spaik (4:34)
8.Lá pras bandas do Guará, Conhecimento eu vou Buscar (10:31)
9.Deixou saudades (6:38)
Antonio Carlos Nicolau, 45, tem formação em TI, mas é produtor cultural.