A
pós um tempo sem vangloriar o Jazz, venho através deste: "The Howard Roberts Quartet", propagar o devido esplendor deste gênero de herança incomparável. Tudo, ou quase, que era à frente de seu tempo acabava sendo classificado como "Jazz". É sabido também que ninguém neste pedaço do universo nasce apaixonado pelo Jazz. Sua aceitação é algo peculiar, talvez exigente demais num primeiro momento. Para ser compreendido, requer tímpanos cristalinos e perspicácia de palpite. Decifrá-lo, ou achar-se capaz para tal, requer uma digestão vagarosa. Fique tranquilo se ainda não se entregou de vez ao bom e velho Jazz. Howard Roberts e sua trupe te auxilia com plenitude nessa honesta missão. O trabalho de Howard, dobra todas as meias-palavras contra o gênero. Contado em poesias mudas, seu mistério é talvez uma das fontes mais nutritivas da música "moderna". Algo altamente requintado e verdadeiro!Apesar de ser intimamente parido nos EUA, o Jazz se fez e evoluiu de maneira universal. Howard Roberts faz dessa teoria a base de sua monografia, provada incontestavelmente ao longo de sua carreira. Suas influências são atemporais: importantes hoje mais que ontem, mas menos que amanhã. Seu trabalho desfoca a silhueta da banalidade imposta pelo mainstream atual cada vez mais vedado e descartável. Produzia e maquinava de trilhas a piras, de peças a rezas, de discos a riscos. Dessa mesma forma, sua técnica inovadora sugeriu novos pilares para a mesmo palacete. Fundou a Guitar Institute of Technology, em Hollywood - conhecido hoje como 'Instutudo do Músico'. Levando sua técnica apurada às alturas, formou no Jazz o conteúdo essencial para o romance brilhante de importância imensurável de toda história do Jazz. Forneceu material de domínio público para educar musicalmente algumas próximas gerações.
Destaque para a faixa que encerra a saga, "Dirty Old Bossa Nova"; para a requebrada "Deep Fry"; e também para "One Note Samba", do nosso maestro imortal Tom Jobim. Ou então a releitura de "Watermeloon Man", do papi Herbie Hancock. No geral, faixas breves e super bem equipadas ditam o ritmo cadenciado com soberania orquestral. Ensinando e repassando sua dádiva, sua essência de vaguarda, Howard tornou-se no fiel da balança para diversos produtores e projetos ao redor do globo terrestre. E continuará sendo por algumas décadas!
"Howard Roberts era um grande guitarrista e músico. Tocava praticamente qualquer estilo de música, mas era principalmente guitarrista de jazz. Foi um dos poucos músicos de jazz (guitarristas ou não) que conseguia criar constantemente solos tão interessantes quanto as demais melodias da música. Na minha opinião, poucos são os que têm esse talento. Howard Roberts também jogou com intensidade rítmica, sendo sempre sua escolha de acordes compatíveis e inovadoras, isto é, ele tornava o contexto interessante mesmo quando ele não era o solista." ~Mike Evans
Dê o play, macaco!
"[1963] H.R. is a Dirty Guitar Player"
senha: oficinademacacos.blogspot.com
1. The Howard Roberts Quartet - Watermelon Man (2:31)
2. The Howard Roberts Quartet - Smolderin' (2:51)
3. The Howard Roberts Quartet - L'il Darlin' (3:12)
4. The Howard Roberts Quartet - Turista (2:11)
5. The Howard Roberts Quartet - If Ever I Should Leave You (3:05)
6. The Howard Roberts Quartet - One O'clock Jump (2:50)
7. The Howard Roberts Quartet - Deep Fry (2:29)
8. The Howard Roberts Quartet - Rough Ridin' (2:26)
9. The Howard Roberts Quartet - Satin Doll (2:55)
10. The Howard Roberts Quartet - Smokin' (2:14)
11. The Howard Roberts Quartet - One Note Samba (2:34)
12. The Howard Roberts Quartet - Dirty Old Bossa Nova (2:14)
~integrantes:
Bass - Chuck Berghoffer
Drums - Earl Palmer
Guitar - Howard Roberts
Organ - Burkley Kendrix